Setor automotivo deve voltar a crescer em 2016.

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Setor automotivo deve voltar a crescer em 2016
MARCELO G. RIBEIRO/JC

Amargando queda estimada em 23% em volume para 2015, o setor automotivo deve retomar o crescimento no segundo semestre de 2016. A previsão é do presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Júnior, em Porto Alegre, durante o almoço Tá Na Mesa, da Federasul. Segundo o dirigente, a expectativa da entidade é de que o volume de veículos cresça entre 4% e 5%, a partir dos resultados positivos do agronegócio no País, em vista da superssafra (de cerca de 209 milhões de toneladas de grãos), principalmente de soja e milho, prevista para o período.
“Como não ocorreram boas vendas de máquinas agrícolas e caminhões em 2015, isso não poderá ser protelado, pois a frota é antiga, então haverá demanda reprimida de veículos para o setor transportar sua produção”, afirmou Assumpção durante palestra na Federasul sobre o Momento atual e desafios do setor automobilístico, ocorrida nesta quarta-feira. “O agronegócio será um alento também nas vendas dos automóveis e das motocicletas, uma vez que deve movimentar toda a economia”, frisou.
De acordo com o dirigente, o ano está sendo “extremamente difícil” para a distribuição do setor automotivo. Desde janeiro, 776 concessionárias fecharam as portas, e 1,1 milhão de veículos deixaram de ser vendidos. “Se considerarmos as 403 operações que entraram para o mercado, incluindo as de algumas marcas que chegaram ao País neste período, o setor perdeu 376 concessionárias, o que causou a redução de 17 mil empregos diretos”, mensura o presidente da Fenabrave. “Com o desaquecimento da economia – resultado fraco do PIB – e a falta de confiança do investidor, do empresário e, por sua vez, do consumidor, em números redondos voltamos ao patamar de 10 anos atrás em todos os segmentos da distribuição automotiva, considerando o volume de vendas e resultados, só que com uma estrutura muito maior do que a do passado”, compara.
Assumpção destacou que o cenário político “conturbado” tem dificultado as metas do setor a médio prazo. “Tudo está muito instável, há uma desconfiança muito grande.” Segundo o dirigente, o ajuste fiscal do governo, apesar de “amargo”, é fundamental para arrancar a economia do “marasmo”.
Ainda assim, o dirigente manteve um discurso positivo. Segundo Assumpção, a entidade estima uma “leve melhora” nas vendas de fim de ano, em vista do lançamento de novos produtos e do pagamento do 13º salário aos trabalhadores. “Será pontual, e tudo indica que teremos um primeiro semestre muito tímido, com uma leve retomada a partir de agosto do ano que vem”, projeta. O presidente da Fenabrave afirma que a entidade é “fortemente contra” o aumento de alíquotas e a criação de novos impostos, e ressalta que “infelizmente” esta será uma dificuldade que deve ser enfrentada pelos empresários gaúchos.
Em âmbito federal, Assumpção considera a interrupção de programas governamentais de financiamento e a recomposição do IPI fatores que “atrapalham”. No entanto, afiram que, neste momento, o “mais importante seria a retomada do PIB, que é o que faz a roda da economia girar”.

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