Para a Fecomércio-RS, reajuste de 9,61% do piso regional traz mais desemprego e informalidade ao RS
“Neste momento em que a crise econômica e política coloca o País em franca recessão e descrédito, e que o Rio Grande do Sul vive profundas dificuldades financeiras, com crescimento do desemprego, fechamento de empresas e queda de confiança das famílias e dos empresários, é lastimável a aprovação de um reajuste de 9,61% no piso regional.” A posição é do presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, que sempre se posicionou contrário não só ao índice de reajuste, bem como a própria manutenção do piso regional no Estado.
O dirigente considera que, mesmo que o reajuste de 9,61% proposto pelo governador Ivo Sartori e aprovado pelos deputados estaduais seja prejudicial nesse contexto econômico, “é ainda mais sensato do que o índice proposto por outras emendas que existiam no projeto”. Agora aprovado, esse reajuste vai levar o piso regional, em sua primeira faixa, para um valor 25,42% superior ao salário mínimo nacional.
A Fecomércio-RS destaca que a inadequação desse reajuste fica evidente quando se analisa qualquer uma das variáveis que poderiam balizar um diferencial de piso salarial entre o Rio Grande do Sul e o Brasil. O PIB per capita gaúcho é apenas 8,6% superior ao nacional e o nível de produtividade na economia gaúcha é 4,5% inferior, conforme os últimos dados disponibilizados pelo IBGE e pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Conforme estudos divulgados recentemente pela Fundação de Economia e Estatística do RS (FEE), a adoção de um piso salarial inadequado para a realidade econômica da maioria dos municípios do estado pode causar desemprego e informalidade, prejudicando principalmente aqueles trabalhadores menos qualificados e com menor nível de renda. Com isso, a política de piso salarial que vem sendo adotada pelo governo do estado acaba tendo um impacto contrário ao seu objetivo original.