Empresários e trabalhadores empurram decisão sobre mínimo regional para Sartori
Terceira rodada de negociação, terminou sem denominador comum.
A terceira — e provável última — rodada de negociação entre empresários e trabalhadores, mediada pelo governo estadual terminou novamente sem acordo sobre o reajuste do salário mínimo regional do Rio Grande do Sul. Na manhã desta quarta-feira, os representantes dos dois lados cederam e apresentaram novas propostas, mas não fecharam uma proposta comum.
Sem um consenso, o próprio governador José Ivo Sartori (PMDB) é que terá de definir uma proposta de aumento. O projeto com os novos valores precisa ser encaminhado para a Assembleia Legislativa — ainda sem previsão de data, segundo a Secretaria de Planejamento — e, após ser aprovado, entra em vigor a partir de 1º de fevereiro de 2016.
Presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS), Luis Carlos Bohn destaca que a classe empresarial nem sequer concorda com a existência de um piso regional, tendo em vista que o mínimo nacional foi valorizado desde 2000, quando o regional fora criado para que Estados com condições econômicas mais favoráveis pudessem proporcionar melhores salários. Ainda assim, teriam feito uma proposta de reajuste em torno de 7%.
— Queremos dar uma freada no crescimento muito acelerado do mínimo regional, que foi a um pico em 2015 — sustentou Bohn, se referindo ao aumento de 16% determinado pelo ex-governador Tarso Genro. — Está insustentável para os empregadores pagar os salários.
Veja em que faixa fica cada categoria:
Faixa 1
Áreas beneficiadas: agricultura e pecuária, indústrias extrativas, empresas pesqueiras, empregados domésticos, turismo e hospitalidade, construção civil, indústrias de instrumentos musicais e de brinquedos, estabelecimentos hípicos, motoboys, empregados em garagens e estacionamentos, empregados em hotéis, restaurantes, bares e similares, trabalhadores marítimos do 1º grupo de aquaviários que trabalham nas seções de convés, máquinas, câmara e saúde, em todos os níveis (I, II, III, IV, V, VI, VII e superiores)
Faixa 2
Áreas beneficiadas: empregados em hotéis, restaurantes, bares e similares, indústrias do vestuário e do calçado, indústrias de fiação e de tecelagem, indústrias de artefatos de couro, indústrias de papel, papelão e cortiça, empresas distribuidoras e vendedoras de jornais e revistas e empregados em bancas, vendedores ambulantes de jornais e revistas, empregados da administração das empresas proprietárias de jornais e revistas, empregados em estabelecimentos de serviços de saúde, empregados em serviços de asseio, conservação e limpeza, e trabalhadores em call center, TV a cabo e similares
Faixa 3
Áreas beneficiadas: indústrias de móveis, químicas e farmacêuticas, cinematográficas, alimentação, empregados no comércio em geral, empregados de agentes autônomos do comércio, em exibidoras e distribuidoras cinematográficas, movimentadores de mercadorias em geral, trabalhadores no comércio armazenador e auxiliares de administração de armazéns gerais
Faixa 4
Áreas beneficiadas: indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico, indústrias gráficas, de vidros, cristais, espelhos, cerâmica de louça e porcelana, indústrias de artefatos de borracha, em empresas de seguros privados e capitalização e de agentes autônomos de seguros privados e de crédito, em edifícios e condomínios residenciais, comerciais e similares, nas indústrias de joalheria e lapidação de pedras preciosas, auxiliares em administração escolar (empregados de estabelecimentos de ensino), empregados em entidades culturais, recreativas, de assistência social, de orientação e formação profissional, marinheiros fluviais de convés, marinheiros fluviais de máquinas, cozinheiros fluviais, taifeiros fluviais, empregados em escritórios de agências de navegação, empregados em terminais de contêineres e mestres e encarregados em estaleiros e vigilantes
Faixa 5
Áreas beneficiadas: técnicos de nível médio, tanto em cursos integrados, quanto subsequentes ou concomitantes
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