Cenário econômico impacta negativamente na contratação de temporários
O número de estabelecimentos do varejo – setor que tradicionalmente registra aumento de demanda no final do ano – que pretende contratar mão de obra temporária será menor neste ano. A contratação de funcionários será a opção de 22,7% dos estabelecimentos do comércio no Rio Grande do Sul, contra 39,8% do ano passado. Consolidando as contratações já realizadas com as pretendidas, as empresas do setor que esperam contratar temporários devem ampliar em 20,8% a atual força de trabalho nos próximos meses. O dado foi apurado pela Pesquisa Temporários 2015 realizada pela Fecomércio-RS com 384 empresários das cidades de Porto Alegre, Santa Maria, Caxias do Sul, Ijuí e Pelotas.
De acordo com o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, os resultados da pesquisa evidenciam o que já vem sendo demonstrado ao longo de todo o ano na pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio do Rio Grande do Sul (ICEC-RS). “A percepção do empresário do comércio em relação à conjuntura econômica do país está em patamar pessimista desde março, o que reflete diretamente na intenção de contratação de funcionários”, afirma o dirigente.
O levantamento divulgado nesta terça-feira (6) aponta que 63,5% dos estabelecimentos devem repetir o número de contratações de 2014 e que uma pequena parcela de 7,8% dos estabelecimentos aumentará a oferta de vagas, enquanto 28,6% deverão selecionar um número inferior de funcionários temporários (em volume menor ou muito menor). Em parte significativa dos estabelecimentos (90,3%), os temporários serão absorvidos para atuar em atividades de vendas/comercial e a seleção em 69,5% dos casos será feita no próprio estabelecimento.
Em 61,1% dos casos, o processo seletivo para preenchimento das vagas terá algum tipo de exigência, sendo a mais frequente o grau de instrução (29,0%), experiência (21,9%), disponibilidade de horário (12,5%) e idade (10,7%). A pesquisa também revelou que, entre as maiores dificuldades de contratação, estão a falta de qualificação dos candidatos (42,6%), a indisponibilidade de horários (17,0%) e a falta de comprometimento (6,8%). A pesquisa mostra ainda uma queda na intenção de efetivação do trabalhador após o término do contrato: 22,1% neste ano contra 50,4% em 2014.