Banco Central sinaliza fim do ciclo de aumento de juros..

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Banco Central sinaliza fim do ciclo de aumento de juros.

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu, em reunião realizada na última quarta-feira (29/07/2015), elevar a taxa básica de juros da economia brasileira (taxa Selic) em 0,50 p.p.. A decisão levou a taxa ao patamar de 14,25% a.a., nível que não era verificado desde outubro de 2006.

Este foi o sétimo aumento consecutivo da taxa de juros. O processo de elevação da Selic iniciou-se na primeira reunião do Copom após as eleições, e sucedeu um período de estabilidade da taxa que durou de abril a outubro de 2014. Frente ao cenário de resistência da inflação e dada a forma pela qual o Banco Central vinha se comunicando no período recente, a decisão de conceder mais um aumento de 0,5 ponto percentual à taxa básica de juros já era esperada.

O comunicado divulgado com a decisão, contudo, foi alterado e sinaliza que esse ciclo de ajuste nos juros chegou ao fim, ao mencionar que “(o Copom) entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016”. Para 2015 é sabido que a meta de inflação já está comprometida, no entanto, o comunicado também deixou explícito que o Banco Central deseja levar a inflação para a meta no próximo ano, em oposição à adoção de um plano de convergência mais longo, especulado devido à magnitude da deterioração da atividade econômica recente.

As projeções de inflação para 2016 levadas em conta na decisão serão conhecidas apenas com a divulgação da ata da reunião, mas as expectativas do mercado para a inflação de longo prazo têm convergido para a meta, mostrando que, de fato, o aumento de juros dos últimos meses foi capaz de recuperar boa parte da credibilidade perdida pela autoridade monetária brasileira nos últimos anos. No entanto, o quadro atual da política monetária ilustra os prejuízos causados pela leniência adotada nesse período. Em um ano em que as projeções de PIB apontam para uma queda de cerca de 2,0%, a economia deve conviver com um inevitável aumento de juros que só conseguirá levar a inflação à sua meta depois de um ano e meio, caso tudo ocorra conforme o planejado. Para a mediana do mercado, contudo, as projeções para 2016 ainda mostram a inflação acima da meta (5,4%).

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