Janeiro encerra com queda de 22,6% na intenção de consumo das famílias gaúchas, aponta Fecomércio-RS
A intenção de consumo das famílias gaúchas encerrou o primeiro mês de 2015 com forte recuo: 22,6% em relação ao mesmo mês de 2014, aos 108,6 pontos, atingindo todos os sete componentes que formam o indicador. O resultado indica a continuidade na redução já observada no último mês de 2014 e a retomada de uma tendência de queda iniciada ainda em 2013. O dado consta da pesquisa Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas – ICF, divulgada nesta segunda-feira (26/01) pela Fecomércio-RS e que conta, no mínimo, com 600 famílias em sua amostra.
A moderação do otimismo das famílias foi influenciada especialmente pela inflação em patamares elevados nos últimos meses. A escalada da taxa de juros e a conjuntura de baixo crescimento econômico que refletem na tomada de crédito e nos resultados das empresas, respectivamente, completam as justificativas para o resultado negativo do ICF.
O indicador que mede a segurança com relação à situação do emprego caiu 15,3% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2014, ficando em 121,3 pontos. O baixo crescimento econômico e a desaceleração do mercado de trabalho contribuem para abater o sentimento de segurança dos trabalhadores, que iniciou uma tendência de declínio em meados de 2013 e, após um período de estabilidade, voltou a registrar queda nos últimos dois meses.
Também no âmbito do mercado de trabalho, a avaliação quanto à situação de renda alcançou 120,1 pontos, um recuo de 15,5% sobre janeiro de 2014. “O indicador de situação de renda, apesar de ainda otimista, voltou a cair, afetado principalmente pela desaceleração do mercado de trabalho e, consequentemente, dos salários”, considerou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Os dados relacionados ao consumo também foram negativos neste mês de janeiro. Quanto ao nível de consumo atual, a queda foi de 33,0% frente a janeiro do ano passado, permanecendo em um patamar pessimista de 96,3 pontos. Embora em níveis ainda otimistas, o indicador referente à facilidade de acesso ao crédito caiu 18,3% na mesma base de comparação, aos 116,2 pontos; e o referente ao momento para consumo de bens duráveis caiu 32,6%, aos 94,0 pontos, entrando na faixa pessimista do indicador.